Neste dois dias, li 3 reportagens na Revista Época (aqui, aqui e aqui) sobre a felicidade feminina e realização pessoal da mulher. A principal fala de um estudo que diz que a cada ano que se passa as mulheres se sentem cada vez mais infelizes. Segundo o estudo, apesar dos avanços para nós mulheres no mercado de trabalho, condições de estudo, liberdade de escolha em temas de ordem afetiva, vivemos infelizes e insatisfeitas.
A pesquisa peca por generalizar algo que é muito pessoal e subjetivo. Pois o sentido de felicidade e realização pessoal é diferente para mim, diferente para a minha mãe, diferente para a minha irmã, diferente para o meu pai e etc. Cada um tem o seu conceito de felicidade e realização pessoal. E estes mesmos conceitos podem ser aplicados em diversas situações em uma mesma pessoa. Exemplo, minha mãe pode ser feliz e se sentir realizada em seu hobby e ao mesmo tempo triste e frustado em outro assunto.
No meu caso, não faço do casamento um objetivo de vida. Neste momento, casamento ou um relacionamento mais íntimo com alguém não é meu objeto de felicidade e realização pessoal. Quem sabe no futuro eu possa mudar de opinião. Para você pode ser. A mesma coisa com o trabalho. Pode ser que aquela promoção é meu objeto de desejo e realização pessoal. A questão é como atingir isto sem sacrificar os seus princípios e principalmente a sua saúde, porque sem saúde é quase impossível de se conseguir felicidade, mas ainda sim, é possível.
Isto também levanta outra questão: Buscamos a nossa felicidade e realização pessoal ou a aceitação das pessoas? Queremos casar porque queremos viver juntos ou irá casar porque a sociedade acha que é o correto, mesmo que não admitindo isto? Até que ponto as conquistas feministas viraram obrigação da mulher e não UM DIREITO DE ESCOLHA? Uma mulher pode se sentir realizada em não trabalhar. Se isto a deixa feliz é um direito e uma escolha dela. A sociedade não deve questionar e sim aceitar pois foi uma escolha dela e não da sociedade.
Mesmo assim, muitas mulheres, infelizmente, não conseguem ter o seu direito de escolha, pelas condições sociais e ambientais em que vivem. Porém não quer dizer que elas não tenham felicidade e realização pessoal. É como eu disse: É algo subjetivo e íntimo.
A sociedade também cobra dos homens algumas normas e se esquecem de perguntar se é isto que eles querem também. Talvez na pesquisa não apareça tanto homem dizendo que está infeliz e insatisfeito, mas por medo da opinião alheia não assume.
Por tudo isto é que eu acho que esta pesquisa é falha. Felicidade e satisfação pessoal são conceitos individuais. É como o DNA. Cada um tem o seu e é único, pessoal e intranferível.