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22 de out. de 2009

Batendo um papo sobre versão de música.

Quem me conhece da comunidade Maná BR no Orkut, sabe a minha posição a respeito de versões feitas pelos artistas brasileiros de músicas estrangeiras. Porque além das modificações toscas na letras (um caso bem clássico é a introdução de um trecho na versão de Bruno e Marrone para a música Si no te hubieras ido de Marco Antonio Solis, dando uma conotação romântica sendo que a música NÃO É ROMÂNTICA) tem a questão da autorização do detentor orginal da música para a versão. Neste post vou me aprofundar mais. O tema começou a me incomodar quando Chitãozinho & Xororó fizeram a versão da música Have You Ever Really Loved A Woman? do cantor canadense Bryan Adams. Se pegar a música traduzida do Bryan e a música da dupla brasileira (Versão Bryan - Versão BR)vão ver que as letras são quase que completamente diferentes, apesar da sonoridade parecida. A nossa dupla afirma que é uma versão da música do Bryan. Só que além da letra quase que completamente diferente, tem a questão dos direitos autorais. Minha irmã que é fanática pelo Bryan, a uns 7 anos atrás, ela entrava sempre no site dele e lá havia uma seção onde era postada todas as versões de suas músicas cantadas por outros artistas no mundo. Qual não foi a sua surpresa, e a minha também, que não havia indicação alguma da versão brasileira. Isto leva a crer que não houve autorização por parte do Bryan para a versão.
A questão sobre versão de músicas realmente é uma tema polêmico, visto que muitos artistas nacionais acham que só porque gostaram de uma determinada música pode-se fazer versão, o que não é bem assim. Fazer uma versão de uma música sem autorização também é crime de direito autoral, que seria uma Contrafação, que é passível de punição, normalmente o pagamento de indenização. Será que se ocorre-se ao contrário, nossos artistas gostariam de ver suas músicas tendo versões não autorizadas? Creio que não. Todo mundo tem telhado de vidro, mas na hora de ganhar parece que esquecem disto.
Atualmente uma banda que tem sofrido muito com a Contrafação, é a banda Maná, originária do México. A música Lábios Compartidos tem diversas versões em estilo forró (nada contra o estilo) e obviamente, sem a devida autorização da banda. Algumas bandas de forró chegam inclusive a plagiar a história que está por trás da música, tomando para si a idéia da letra, o que no mínimo é revoltante. E agora no sábado, descubro que a música Mentirosa da Banda Elefante tem a sua versão em português cantada pelo cantor Leonardo, o que me fez escrever este post.
Algumas pessoas apóiam as versões acreditando que os artistas nacionais ou gravadoras darão o devido crédito aos originais, o que é um ledo engano. Não é isto que ocorre com as músicas do Maná (são várias as versões não autorizadas) e nem com outros artistas internacionais. No caso da versão de Mentirosa, não sei se houve autorização por parte da banda Elefante, porém não houve até o presente qualquer divulgação da Banda aqui no Brasil, ou seja, a impressão que se dá é que a música foi feita para o Leonardo e que não é uma versão. Infelizmente, a sensação que eu tenho é que nem os artistas nacionais e nem as gravadoras tem interesse em tomar uma posição a respeito desta prática. Fazer o sucesso é o que importa, independentemente da forma como se adquire. Quem conhece a música que sofreu a versão se sente roubado, e com a sensação que o artista brasileiro de alguma forma engana a população, dando a sensação de originalidade quando na realidade de originalidade não tem nada.
E no final das contas ainda os artistas reclamam sobre a pirataria. Não seria a versão de música não autorizada uma pirataria também? Fica a questão.

2 comentários:

  1. oi luciana!
    eu concordo com você!! se é pra fazer uma versão brasileira de uma música gringa, tem que fazer nos devidos conformes! eu entendo que tem versões que mudam completamente a letra, e isso até acho normal, porque a versão não precisa ser a tradução literal da música. mas fazer versões sem autorização dos artistas originais é sacanagem!! e outra coisa, se são músicos mesmo, porque não vão criar suas próprias músicas?? quer ser famoso sem ter talento? daí complica...

    beijocas!!

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  2. Acho legítima sua observação. Porém há um componente muito interessante nesse contexto.
    "A liberdade de expressão". Sei que alguns aproveitam-se e faturam com o arranjo,letra,etc...Mas, se um intérprete canta uma música em sânscrito e melodia da música me passam esperança,felicidade ou dor,o significado dessa música pra mim é um...e o que eu retransmito do que absorví é diferente...é livre...como a Web. Abraço.
    Jamessantos

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